quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PULTS apresenta na Galeria Olido

O espetáculo Primeiros Versos - segunda parte da trilogia poética iniciada com a montagem Índice dos Primeiros Versos - já está em cartaz na Galeria Olido. A peça coreográfica aborda a sociedade contemporânea e suas implicações nas relações humanas. O espetáculo mescla a teatralidade dos movimentos com vídeo-arte, música e poesia.



Gabriela D’Elia, Paula Ferrão, Maíra Barbosa, Mariana Costa e o músico Rafael Agra.



Clarissa Sacchelli, Maíra Barbosa.



Mariana Costa, Maíra Barbosa, Natalia Yukie e Clarissa Sacchelli.

Ficha técnica:
Concepção, coreografia e direção - Marcelo Bucoff.
Intérpretes-criadores - Clarissa Sacchelli, Gabriela D´Elia, Jorge Lima, Natalia Yukie, Maira Barbosa, Mariana Costa, Paula Ferrão e Renata Aspesi.
Cenário e Figurino - Carolina Bertier.
Assistente de cenário e figurino - Maira Suzuki.
Vídeo - Eduardo Garcia.
Iluminação - Raquel Balekian.
Trilha sonora - Rafael Agra.
Produção - Andrea Pedro.
Assistente de produção - Rita Cardoso.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

P.U.L.T.S: a vida antes dos códigos

Já era ignorante acerca do universo da dança e estes dois encontros ampliaram ainda mais minha estupidez. Ampliou porque concluo que o grupo de vocês de dança, não faz dança. Saem da dança pra dançar. O corpo do dançarino no PULTS não é para dançar é para atender a um apelo crucial da vida. Se nele o que se encontra é dança, então se dança. É o corpo que produz o movimento ou é a exigência do movimento que forja o corpo? E vejo o trabalho como a tecitura de acontecimentos dramáticos, pungentes, aos quais aqueles corpos devem alçar, experimentá-los na sua nudez, e para chegarem lá, torna-se necessário corpos dançarinos, corpos abertos, descontaminados da tralha. Se há dança, é nítida a subordinação dela à vida. E torna-se uma bela conseqüência - já que a direção parturiente, de mirada molecular, tem alta exigência no rigor estético.

Teatro coreográfico. Se por teatro entendemos, mais ou menos como dizia Nelson Rodrigues, que fora do teatro é o lugar da mentira, no teatro, da verdade. Vejo a não-encenação, não vejo a representação de estados emocionais, o que vejo são pessoas expondo-se a experimentações reais, vividas em ato e verdadeiramente estimuladas pelo que se passa. O tapa dói, a queda é queda, o que se diz é corpo. Daí talvez a força deste trabalho que produz a ocasião de imergirmos numa experiência concreta, que se torna de todos nós. E assim é oferecida a chance de desabafar o que está embrulhado em todos nós.

O trabalho diante do qual o espectador se expõe é subsidiado pela vida dos atores/dançarinos. O que vem para a cena é fruto de uma experiência vivenciada na carne e, que ao seu modo, decidiu torná-la dádiva. Fazendo de cada molécula do movimento uma criação própria, impregnada de sentido. Um teatro comprometido com o gesto verdadeiro, por aquilo que se passa antes das formas, dos condicionamentos, interpelando questões plantadas nas existências de cada um. Se essa vida que triunfa sobre o concreto pode nos habitar, se as tais linhas de fuga são anteriores às formas históricas, se o sertão é maior que o mundo, se há potência impera sobre o poder, isso saberemos no lugar onde pulsa, na fonte. Ele é a Moby Dick do grupo. O toque nesta pulsação, que ora foi chamado de campo dionisíaco, ora de Natureza, ora de Plano de Imanência, Virtual, Sagrado, Transcendental, Deus... parece ser o objeto de espreita do P.U.L.T.S - Teatro Coreográfico. Será uma imagem poética aquela que carrega os ares dessa região?

Talvez, no que não simula, naquilo que “é”, a forma casa com conteúdo e gera um bicho poético. E se vocês buscam imagens poéticas, o que vi foi um grupo alojado no plano da poesia. E os vejo com absoluta disponibilidade para iluminar o importante, o emergente, o real. E vejo respeito, cuidado e carinho no trato, de quem inevitavelmente compreende a arte como clínica (talvez salvação) como crença de que, mesmo com o pugilato da mesquinhez, no combate, na afirmação disso tudo, qualquer vida é brotação eterna, e de que o chamado deve cair no que temos de indomável. E de que viver é urgente. E de que isso passa. E de que isso assusta e alumbra demais.
Por Emílio Terron - Mestre em Filosofia pela PUC-SP

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bem Vindos!

O coreógrafo e diretor Marcelo Bucoff possui um método singular para produzir suas montagens, sendo que as colaborações dos bailarinos intérpretes são fundamentais na construção da teatralidade dos movimentos.

O blog tem como proposta não ser somente um espaço de comunicação destinado à divulgação, mas também para expor a metodologia da concepção, criar maior intimidade dos membros da companhia com o público, para que, juntos, possam enriquecer o universo do trabalho.

Os textos serão postados pelos integrantes da companhia e por convidados, com a finalidade de apresentar idéias, gerar reflexões e comentários.