Para Marcelo Bucoff
Gabriela D'Elia e Paula Ferrão
Um dia depois do outro. Cada qual tão diferente. Impressiona, instiga, o prazer de não saber como será a próxima viagem, se chego ao fim.
Qual o próximo encontro? Ou quase encontro que me desencontra de mim mesma.
Caio?
Alguém a me salvar à beira do abismo? Espero ou me lanço de olhos fechados?
Descobrir o jeito certo que só é certo naquele exato instante do desejo.
Que histórias decidirão invadir minha cabeça e contaminar minha fala, o tom da minha voz, meu modo de ser, respirar e me reinventar? Histórias tão minhas quanto dos outros, ou da outra, tão verdadeiras quanto imaginadas - seriam elas menos verdadeiras se apenas imaginadas?
Histórias pra se contar de olhos fechados.
Ou escancarados?
Versos roubados, inventados, inacabados.
Últimos ou primeiros?
Na linha reta de uma temporada,
ele insiste,
ele entorta a minha,
a nossa reta,
ele caminha,
sempre,
rastros de um tal ponto.
"ponto de interrogação".
Por Paula Ferrão - Intérprete do P.U.L.T.S