terça-feira, 10 de novembro de 2009

Gênese

"Escritos do processo, guardados em papel de guardanapo:
16/07/09

Primeiros versos. Ou os versos que primeiro nos vêm. Aqueles que aparecem de supetão. O princípio de uma idéia. A idéia por vir. Em devir. Aquela frase que martela, ou imagem, ou idéia de imagem, que desencadeia um todo que não se imaginava.
E não seria justamente essa a idéia?
A frase é dada. Não se sabe o que esperar. O que virá em seguida? O que será? Mistério; apertinho no peito, comichão. O mundo à sua frente. Não. Que lugar comum. Este mesmo poderia ser um verso primeiro: "que lugar comum".
Alguém se dispõe a continuá-lo?

Tentativas de primeiros versos:

Não sabia que ia dar nisso. E quem saberia?

Um dia meu pai me chamou de canto e disse: serás o problema de nossa família.

Números vizinhos. Números vazios. A casa dela. 1439.

Que fazer quando, sem razão aparente, lateja o ouvido e o silêncio não vem?

A menina escapa, pé direito na brecha da sombra de um pau ferro. Lépida.

Melhor é escrever com fome”.

Por Paula Ferrão - Intérprete do P.U.L.T.S

3 comentários:

Candice Frederico disse...

Paula,
O texto que você declama no espetáculo me emocionou bastante!
Abraços.

Clarissa Sacchelli disse...

"Olhos que olham. Um estalo!"

"Que diferença tem
A menina sonha
A menina tonha"

"Agora, choro
Como uma uva passa..."

Cláu disse...

Não pude ver o espatáculo mas tive o imenso prazer de te conhecer e ouvir um pouco dessa história!

bjos e mais bjos