Não sei muito nomear as sensações experimentadas ou dar adjetivos específicos ao espetáculo “Índice dos Primeiros Versos”. Causa assombramento e estranheza, no melhor sentido destas palavras. Um espetáculo de mistura. De antropofagia de movimentos, artes, vida. Desta forma, me permito a ousadia de usar algumas frases do manifesto antropofágico de Oswald de Andrade para tecer alguns comentários sobre a bela estréia que presenciei.
Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.
Ou não. Apenas índices. Índices de capítulos abertos absorvendo, processando e criando. Absorção de movimentos e sentimentos. Processo do antes, do durante, experiências atemporais. Criação de luta, teatro, show e é claro, dança.
Uma consciência participante (...).
Ou um palco da vida. Onde a música muda. Onde a gente muda. Um todo que são partes.
O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo.
Voz, movimentos, expressões, música e silêncio, narrando vida. Corpo narrador.
Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada. A humana aventura. A terrena finalidade.
A memória afetiva, e aquilo que a memória não alcança.
E se a abstração do texto é válida, uma vez que o espetáculo também não se faz de simples entendimentos, certamente a beleza deste está muito aquém de ser reproduzida por àquele.
Por Frederica Padilha
Um comentário:
fre, que delicia imaginar o espetáculo assim através dos seus olhos. bjo
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